📍Onde estou
Veneza, Itália

✈️ onde vou
Ilhas Baleares, Espanha

📖 Lendo
Livro dos Cegos - Marcos Salgado

🎵 Escutando
O álbum do Cidade Negra Acústico

🧠 Pensando muito em
Viramos o semestre. Eu sou pontual e detesto atraso, mas esta newsletter chega depois do planejado. É um compromisso que assumi comigo e com vocês, mas me permiti deixá-la de molho enquanto curtia a Itália e fazia malabarismos para manter os trabalhos e a agenda em dia. "The eye has to travel" é uma das frases da minha vida. Viajo para alimentar minha alma e aumentar meu repertório, que é o que tenho de mais valioso, e todos ao meu redor ganham com isso. Estou há mais de um mês na Europa e, ao contrário do que pode parecer, estou trabalhando de todos os cantos. Sou nômade digital e o #anywhereoffice é parte do meu estilo de vida e do meu jeito de empreender.

Para isso, incluo três R’s importantes: Ritmo, Rotina, Ritual! Difícil, mas dá prazer. A dificuldade do equilíbrio e o poder da atenção plena são pautas recorrentes dos meus pensamentos. Fiz uma grande prova disso, tenso e dentro do oceano. Mar calmo não faz bom marinheiro. Passamos perrengue no mar. Em Favignana, passei pela provação do desespero com um mar mexido e com ondas! Fiquei surpreso com a minha concentração e foco no presente. É o poder da atenção plena. Potente!

Mergulhei em tantos cantos e histórias que ficou difícil selecionar o que compartilhar aqui. Comecei a esboçar os assuntos em Palermo, depois passei por Favignana, Florença e Veneza. Fechei a pauta no céu, voando para mais um novo porto e para a segunda metade do ano. Vamos lindos, leves e soltos?

• Essência Siciliana em Design de Marca

• LA BIENNALE DI VENEZIA

• Pupi de Palermo: Herança Viva

• The Eye has to travel… O olhar tem que viajar…

• O jabá dos amigos

Essência Siciliana em Design de Marca

Descobri a marca Ortigia na Sicília e me apaixonei pelo conceito, pelos produtos e, especialmente, pela identidade visual! As panteras na vitrine me chamaram atenção - depois fui aprender que essa imagem é a representação de uma obra que está encrustada no teto do Palazzo dei Normanni, o mais importante da região. Moda, varejo, história, cultura... tudow isso!

A Ortigia é uma marca que se inspira na rica herança cultural e na beleza natural e sensorial da Sicília, refletindo esses elementos em vários aspectos e componentes do seu negócio. Desde as embalagens elegantes até as fragrâncias exóticas, cada detalhe é cuidadosamente pensado para evocar e reforçar a essência da ilha. Eu pirei nas embalagens! Cada uma mais linda que a outra!

Pegando esse ponto do branding da Ortigia - ele é um exemplo perfeito de como a identidade visual pode contar uma história. As cores vibrantes, os padrões tradicionais e os elementos gráficos autênticos destacam os produtos nas prateleiras, mas também criam uma conexão com os clientes. A marca aplica os 3 E’s que eu falo tanto: Encantar, Entreter, Educar!

É uma marca que transmite luxo e autenticidade com simplicidade ao mesmo tempo, algo que me inspira profundamente no meu próprio trabalho. 10/10.

LA BIENNALE DI VENEZIA

De dois em dois anos, rola em Veneza o maior evento de arte contemporânea do mundo. A Biennale de Veneza existe há mais de 130 anos e é o epicentro da arte mundial. São centenas de artistas e projetos apresentados durante meses em diversos pontos da cidade, principalmente onde ficam os pavilhões e espaços chamados Giardini e Arsenale.

A Bienal é um grande ponto de convergência entre o espírito do tempo e as criações e manifestações artísticas de todo canto do mundo. É uma espécie de termômetro de pautas importantes e direcionamento criativo e estético. Este ano, o tema é Foreigners Everywhere (estrangeiros em todos os lugares). O tema dá pano pra manga. É lindo impressionante ver reconhecimento e os belos trabalhos de artistas indígenas, pretos, LGBTQIAN+ e de tantos outros que não se enquadram dentro da elite branca europeia homogênea.

O Brasil sempre faz bonito. E, desta vez, teve participação especialíssima, uma vez que o curador do evento é Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP. Eu não o conheço, mas deu um orgulho danado saber que é um brasileiro o grande maestro dessa Bienal. É a primeira vez que alguém da América Latina alcança esse feito. Ainda estou embasbacado e nem tive tempo de digerir tudo o que eu vi, mas, pegando o gancho com o talento brasileiro, destaco aqui o pavilhão do Brasil com a exposição intitulada Ka’a Pûera: Nós somos pássaros que andam - com a instalação da artista Glicéria Tupinambá.

Glicéria entrou na missão de recuperar parte cultural e material da tradição e da cultura dos povos originários brasileiros e foi atrás dos sagrados mantos Tupinambá, que foram levados e hoje são expostos em diferentes museus europeus - e na região real oficial deles na Serra do Padeiro, Bahia, os próprios descendentes não tinham acesso.

Resgate e ancestralidade. Tema fortíssimo por aqui e para o mundo todo. É sobre se reconhecer, curar, valorizar para poder crescer, fazendo mais sentido e mais diferença a tudo e todos. Viva!

Falando em mensagem…

Pupi de Palermo: Herança Viva

Ponto altíssimo e nova descoberta que amei: o Teatro dei Pupi de Palermo! Esse é um marco de convergência entre história, arte, artesanato e tradição cultural familiar. Trata-se da arte do teatro de marionetes, originária da Sicília, que tem raízes que remontam ao século XIX, refletindo as lendas e epopeias medievais.

A arte dos pupi é um testemunho vivo da habilidade artesanal siciliana, onde cada marionete é esculpida e vestida meticulosamente, com armaduras brilhantes e trajes detalhados que encantam todas as gerações. É tudo feito à mão. É uma tradição que passa de mãe e pai para filho e filhas mantendo vivas as técnicas e os segredos do ofício.

As famílias de marionetistas de Palermo, como os Cuticchio, que eu tive o prazer de conhecer pessoalmente, têm desempenhado um papel crucial na preservação dessa herança, transmitindo suas habilidades e paixões através dos séculos. É lindo, lindo, lindo de ver a família toda reunida fazendo isso acontecer.

Assistir a uma performance no Teatro dei Pupi é como viajar no tempo e alimentar a alma com o lúdico. É voltar ao tempo através da história e se sentir surpreso e emocionado de forma autêntica e vibrante. Essa família é um retrato da identidade e da resiliência de um povo, que encontra na arte dos pupi uma maneira de perpetuar suas histórias e valores. Demais!

Postei um vídeo de lá no meu insta. Aperte o play!

The Eye has to travel… O olhar tem que viajar…

Muitas pessoas me perguntaram sobre meu roteiro de viagem. Tive e tenho o privilégio, o desejo e o foco em viajar, e com isso, minhas andanças são muitas. Nesta seção, vou destacar rapidamente 3 pontos.

1. Meu roteiro físico, direto e reto ao ponto: Roma-Catania-Taormina-Panarea-Castellammare del Golfo, Favignana, Florença, Veneza!

2. Conhecer sem ir pessoalmente: é possível! Faço viagens e imersões profundas também sem pegar voo. Pesquisei muito sobre a Austrália recentemente e fiquei uma vontade de ir para lá. Sabiam que a Austrália é um top destination para expatriados e que há incentivos para quem quer empreender? Cada cliente ou curiosidade é um universo de possibilidades e um passaporte para a gente viajar. Nem preciso comentar que os livros e a leitura são o meio disso acontecer. O Pavilhão da Austrália na Bienal tinha inclusive uma grande árvore genealógica, desde hoje até a origem do mundo, desenhada numa grande lousa com giz. Tipo aulas!

3. Até você você ler essa newsletter eu já estarei em Palma de Mallorca :D

Seguimos volando!

O jabá dos amigos

Beijos, minha panta!