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Tendências globais, você no espaço, a cura da solidão, namorando AI, um dos dias mais especiais da minha carreira y mucho más

📍Onde estou
Nova Iorque, EUA

✈️ Para onde vou
Rio de Janeiro

📖 Lendo
The Future Normal - Rohit Bhargava e Henry Mason

🎵 Escutando
New York, New York - Frank Sinatra

🧠 Pensando muito em
Liberdades e conexões. Estes dias, andando por aqui, estou me sentido muito bem e, em vários momentos, me pego pensando em como é bom poder andar com liberdade, sem medo de ser quem sou, nem medo de ser assaltado. Morei dos meus 20 aos 30 em capitais importantes do hemisfério norte. Apesar de ter nascido no Rio, me sinto de alguma forma mais preso e limitado. Não vivo com medo, mas respiro mais rápido e fico mais cansado, já que o sinal de alerta está praticamente sempre ligado. Andando pelas ruas de NY, me sinto livre, leve e solto. Me inspiro com arte, beleza, modernidade. Esta é a minha sétima vez aqui. Na maioria delas, vim sozinho. Agora estou aqui comigo mesmo.

A palavra desta newsletter para representar esse sentimento (e uma tendência global) poderia ser ALONE, mas vou quebrá-la ao meio e dobrar uma letrinha. Aí mudamos tudow e temos: ALL ONE! Um eu mais completo que fala de inteireza e conexão consigo e com o próximo. Um eu que não é sobre estar solitário, mas sim bem consigo, aterrado com intencionalidade e conectado com o seu íntimo e os outros. O micro está no macro, assim como o macro está no micro. O eu é nós. Filosofei, este espaço é sobre isso mesmo.

Estou há 15 dias nos EUA e tenho muito para contar e compartilhar com vocês. Vamos começar?!

O tal do SXSW e as inúmeras tendências

Quem me acompanha sabe que fui para o South by Southwest (SXSW) em Austin. O maior festival de inovação, criatividade e marketing do mundo. Foram 9 dias absorvendo uma avalanche de conteúdo. Fiz um recap diário nos stories e está tudo salvo lá no meu Instagram. Por aqui vamos mais fundo, certo!? Vou começar a criar mapas mentais para conectar os pontos e transformar informações em insights, e vou compartilhar ao longo... do ano! São tantas coisas, minha gente, que tenho material para umas 5 novas palestras, uns 3 workshops, várias newsletters e assuntos e posts para dar e vender - literalmente. 

Como sei que há uma grande expectativa sobre todo esse material, vou iniciar este download falando de:

Ciência e Poesia

O que a ciência e a NASA têm em comum com a poesia? Cientistas e poetas bebem da mesma fonte? Quais são suas similaridades? Parecem estranhas essas perguntas e conexões entre dois campos tão distintos. Aprendemos na antropologia que é nos lugares das estranhezas que devemos encontrar as familiaridades para entender melhor a cultura e os porquês das coisas. O estranho e o familiar estão sempre juntos, mas é preciso investigar, pois muitas vezes o que existe de mais valioso não está exposto e acessível assim. A intelectualidade exige esforço. O SXSW 2024 começou assim, com uma sessão especial, espacial e paradoxal sobre a conexão entre poesia e ciência. Era o Dia Internacional das Mulheres, e o festival mandou muito bem ao iniciar o evento com um painel apresentado por duas mulheres: Lori Glaze (Diretora de Missões Planetárias e Científicas da NASA) e Ada Limón (24th poeta laureada dos EUA).

Lori Glaze & Ada Limón e a cópia da placa que vai pro espaço com a poesia e os nomes gravados nela.

A NASA encomendou um poema para mandar para o espaço. Isso mesmo! rs

A nova missão Europa Clipper da NASA está empenhada em descobrir se há vida numa nova lua de Júpiter. Já sabem que há muita água por lá. E nós e nosso planeta não somos feitos majoritariamente de água? Pois é. Esse foi um dos pontos de inspiração do poema criado pela poeta Ada especialmente para a NASA. Eles vão levar essa poesia para o espaço junto com o nome de mais de 2 mil pessoas que toparam participar de alguma forma dessa expedição. Poesia é essencial para a nossa vida. A ciência também. Mas, afinal, o que elas têm em comum? O gosto pelo mistério. O senso de dúvida. A coragem de arriscar e errar feio inúmeras vezes. A força de vontade de repetir até dar certo. A vontade de chegar a lugares desconhecidos. O propósito de nos conectar com o desconhecido. A disposição de criar para si e oferecer ao outro. A arte de formular equações matemáticas e sistemáticas que criam harmonia e dão vida ao jamais visto antes. Vejam só como faz sentido. Eu nunca tinha olhado para o povo nerd, geek e cientista da NASA com essa lente. Limitação minha. Página virada. Quando a gente presta atenção e tem verdadeiro interesse em aprender, expandimos nossos horizontes e descobrimos um mundo novo. Expansão! Viva a poesia e a ciência!

A Dança como Remédio e a Perigosa Crise da Solidão

Prestem atenção: estamos vivendo uma silenciosa e nova pandemia global chamada solidão. O caso é muito sério. Esse tema, acompanhado de saúde mental, esteve presente em várias palestras. Os dados são chocantes e de arrepiar. Parece que estamos todos nos equilibrando numa corda bamba prestes a cair na depressão. Isso é fruto de uma forma de viver baseada num conceito contemporâneo chamado individualismo tóxico.

Alguns dados comprovados por pesquisas dão a dimensão do problema:

  • Um em cada 4 americanos declara ter zero amigos-confidentes e esse número triplicou nos últimos 30 anos;

  • 73% da geração Z americana afirmam que às vezes ou sempre se sentem sozinhos;

  • O sentimento de solidão gera alterações químicas maléficas para o nosso corpo e um estudo mostra que equivale a fumar 15 cigarros ao dia;

  • Ansiedade é a causa número 1 de depressão;

  • O Brasil é um dos países mais ansiosos do mundo.

UFA! E agora? Como virar esse jogo? Há países como o Japão e o Reino Unido com projetos de Estado como a criação do Ministério da Solidão. Uma das soluções apresentadas para reduzir o nível de solidão e ansiedade é a Dança Coletiva e a nutrição do senso de pertencimento. A Radha Agrawal, ceo e criadora da comunidade Daybreaker - que possui meio de milhão de pessoas que começam o dia dançando - apresentou tudo isso em sua palestra. Eu amei. Ela rodou o mundo buscando entender como a dança coletiva pode acabar com a ansiedade e depressão. O babado é poderoso!

De alguma forma, eu já conhecia esse poder de transe e bem-estar. Sou assíduo do carnaval de Salvador e sinto na pele e na alma a força e a potência positiva que é dançar, pular e cantar com um mar de gente na mesma sintonia. We all belong!

E claro, bien sûr, of course - que vale dançar homem com homem, mulher com mulher, e com quem você quiser.

Bateu vontade de voltar pra aula de dança!

E com robôs, será?

Crescem os Relacionamentos dos Humanos com as AIs

Sim! Esse movimento tende a aumentar com o avanço da Inteligência Artificial, que está sendo cada vez mais humanizada e desenvolvida. Uma forte tendência para os próximos anos se chama Companhias Virtuais. Já estamos viciados na tecnologia, quase dependentes do Chat GPT e cada vez mais teremos, a poucos cliques e alguns $, ferramentas, robôs, chats e apps que vão nos fazer companhia e resolver certas de nossas questões e problemas.

Perceba que essa tendência é reflexo do ponto anterior e de outros sinais, como o envelhecimento populacional e a falta de traquejo social da geração alpha.

Sinceramente, eu confesso para vocês que isso me deixa tonto. Um lado meu nem quis experimentar aqueles óculos de XR. Entendo quem esteja louco para sair daqui e ir para outro lugar, mas prefiro encarar a vida de forma mais analógica e usar a tecnologia e a criatividade do meu cérebro, dos livros, das músicas e das artes plásticas para imaginar e fazer essas viagens especiais. Sou late-adopter desse tipo de inovação, mas vi, provei, sei que é real e acabei conhecendo várias tecnologias poderosas e eficazes para combater a solidão e outras questões psicossociais do mundo. Tendência pura e fortíssima!

Tem gente namorando com AI - a Xiaoice, desenvolvida pela Microsoft, tem mais de 600 milhões de usuários (e muitos apaixonados) no mundo.

Tem gente fazendo terapia com AI - o Woebot, um chatbot que oferece terapia cognitiva comportamental, está democratizando e acessibilizando o processo de análise.

Tem criança estudando com AI - o robô virtual Moxie, um AI de conversa, foi criado para ajudar crianças de 5 a 10 anos a compreender melhor seus sentimentos.

Enfim, esses são só algumas das várias tecnologias que estão sendo aplicadas no dia a dia das pessoas. Existe uma nova dinâmica de contato e relação entre o humano e as máquinas que vai muito além do óbvio e do imaginável. É uma simbiose distópica que parece coisa de filme de ficção científica, mas é verdade!

Eu, por enquanto, nem Alexa tenho…

The Eye has to travel… O olhar tem que viajar…

O ponto alto desta vez em NY foi também um dos dias mais especiais da minha carreira.

Fui convidado para encontrar com os Assouline no novo escritório da empresa. Para quem não sabe, a Assouline é uma das maiores marcas de luxo do mundo, reconhecida por seus livros, obras e lojas de máxima qualidade que celebram arte, moda, cultura e estilo de vida. É uma empresa familiar criada na França por Martine e Prosper Assouline. Eles e o filho Alexandre definem o que é luxo e sofisticação no mundo. A marca completará 30 anos este ano. Conheci todos os cantos do escritório, vi os projetos das novas lojas, fiquei por dentro das novidades quentíssimas que não posso contar, discutimos sobre o mercado de luxo, design, moda, branding e relembramos muito da época em que trabalhei lá. Reconhecimento.

Fui gerente da primeira flagship internacional da marca, localizada em Londres, e também assistente direto da Vice-Presidente de Marketing e Varejo Global. Isso já faz 10 anos, mas até hoje mantenho relações e contato com eles. Contei brevemente sobre minha vida e minhas consultorias de branding. Receber os parabéns deles foi incrível. No entanto, o ápice mesmo foi abrir um presente que ganhei: o primeiro livro publicado por eles, La Colombe D’or com a seguinte dedicatória:

Para meu querido Luís, que foi o primeiro a construir conosco nossa flagship de Londres, que se tornou um grande passo na nossa história Assouline…

Isso pra mim vale mais do que qualquer diploma de gestão de luxo, branding, marketing e afins…

Desci o elevador emocionado, chorando e pensando: olha o que eu fiz, onde cheguei. Estou neste lugar, nessa posição, sendo recebido e reconhecido por essas pessoas, e ainda por cima falando tudo em francês!

Me senti foda, muito feliz, e saí serelepe dançando pela Park Avenue.

O jabá dos amigos

Hoje trago aqui uma sugestão certeira para o seu evento (pequeno ou grande): o Ateliê Benoliel do meu amigo Leo Klajnberg e sua sócia Monique. Eles criam experiências gastronômicas sob medida. Adoro quando chego em algum evento e o catering é assinado por eles. Os cardápios e pratos são sempre deliciosos. Conheço o Léo há uns 15 anos e fico feliz em ver seu negócio indo tão bem. Ficamos brincando que ele podia abrir um braço aqui em NY. Eu ia amar rs.
Além do serviço personalizado, eles também têm um café/restaurante no Museu de Arte do Rio e no Museu do Amanhã.

A dica é clara: vá assistir a uma exposição e depois se delicie no café.

E se for fazer um jantar especial ou evento... já sabe!

Vontade de comer esse cheesecake agora!

Rapidexxx

  • Detalhe que pouca gente fala: as ativações de marcas no SXSW não são tão geniais assim. Postei sobre a da Porsche e da Tide no Insta.

  • Detalhes que pouca gente fala: o esquema de filas no SXSW é meio surreal. Nível Disney e sem entretenimento, nem experiência.

  • O que rola nessas filas são conversas paralelas - muitas vezes muito legais. E assim vamos costurando contatos e fazendo networking... mas...

  • Está (quase) todo mundo de olho nos crachás dos peixes grandes e tem muita gente que vai para as palestras só para dar pinta e se auto-vender. Me lembrou o povo que invadiu os fashion weeks.

  • Estamos sobrecarregados de dados e informações, e o SXSW, para quem quer, é uma injeção de conteúdo na veia. Overthinking real. Tem que ter muito HD e certo controle da cabeça. Não é para qualquer um.

  • Tendências e movimentos a mil. Foram mapeadas mais de 900 tendências. Imaginem só... estou estudando isso!

  • Senti muita falta da Sustentabilidade na estrutura do evento em si. Por outro lado, em geral, tem muita startup com foco em impacto social. Seis em cada dez da América Latina são brasileiras. Show!

  • Convite especial! No meio do SXSW, fiz uma pausa para integrar um Comitê de Criatividade da Agência Ana Couto para o projeto de branding de uma nova marca quer será lançada por uma das maiores empresas do segmento de Alimentos & Bebidas da América do Latina. Uma baita honra participar de um projeto assim tão grande! Ainda é segredo...

  • Achei que ia conhecer vários restaurantes em Austin, não foi o caso. Não deu tempo, mas fui ao Cisco’s - o primeiro Tex-Mex da cidade.

  • Já em NY, mandei ver e fui em vários restaurantes novos e deliciosos como o Estela, que tem uma estrela Michelin. Por lá, ainda tive a agradável companhia da Larissa Berbare e do Felipe Braz. Nos conhecemos no SXSW e descobrimos várias coisas em comum, inclusive que somos sócios…na Natura.

  • Viajar sozinho é uma arte, mas ainda bem que sempre conheço e encontro gente conhecida no caminho... estava andando pelo Soho e dei de cara com a Renatinha Batista. Nos conhecemos quando eu morava em Paris. Ela vive em NY há mais de 20 anos. Sincronicidades da vida. Foi incrível passar momentos com ela.

  • Está tudo caríssimo em NY. E esse lance de pagar 20%, 22%, 25%, 30% de gorjeta é de lascar.

  • Não sou de sair comprando quando viajo para cá, mas já venho com espaço na mala para velas e livros e sempre rola umas pecinhas funcionais da japonesa Uniqlo.

  • Visitei várias lojas (pesquisa), deixei para ir na nova da Angelina Jolie na segunda-feira e dei com a cara na porta.

  • Também bati na porta do Indochine e voltei. Estava aberto, mas caído. É lindo, chique, mas na segunda-feira estava morto. Desisti.

  • Vi pouquíssimas notícias do mundo fora o que estava vendo e vivendo ao vivo. Uma foi pauta forte por aqui: a manifestação para banir o TikTok nos EUA. Babado!

  • Fiquei feliz de ter feito aula de Yoga no Ganesha Temple com o Eddie Stern. Ele é um grande mestre do assunto e o professor de yoga de celebridades como Madonna e Gwyneth Paltrow.

  • Minha média de caminhada foi de 19km por dia. Andarilho! Amei que consegui ainda assim correr um dia de manhã. Fui do Soho ao Hudson Yards, pelo River e depois pelo High Line. Eu acho o máximo e muito chique correr na gringa quando viajo. Feels like local!

  • Dicas de Hambúrguer: Black TAP - clássico americano com os crazy milkshakes.

  • Dicas Thai: Shoor - amei esse restaurante. É do guia Michelin. Pequenininho, meio escondido, é extremamente delicioso. Autêntica comida Tailandesa. Os drinks autorais são baseados numa lenda. E todos os funcionários são tailandeses. Vou bater ponto (uma vez ao ano, pelo menos).

  • Falando nisso, claro que repeti os clássicos e favoritos Sant Ambroeus e Balthazar.

  • Quase não pisei na Broadway com Times Square dessa vez. É uma grande confusão, mas fui pessoalmente olhar os painéis e ver ao vivo o telão em que apareci em janeiro na campanha que fizemos para a Papel Semente. Arrepiou!

  • Dessa vez, não visitei escritórios do WeWork. Fiquei trabalhando no hotel no meu esquema anywhere office lifestyle.

  • Dei aula especial de personal branding para a comunidade da Laje/Ana Couto. Foi muito bacana e uma honra ser convidado por eles para compartilhar meu trabalho e ensinar outros profissionais.

  • Falando nisso, chegou uma nova cliente de personal branding aqui na minha agência - e detalhe é gringa. LFDM colocando sua arte na Austrália!

  • Estou tenso com as notificações de mensagens não lidas do WhatsApp... foram acumulando... isso é um baita gatilho ruim pra mim.

    Ainda bem que tem os memes dos gatinhos conversando no Instagram. Estou amando isso. Principalmente quando a pauta é viagem.

  • Comprei algumas passagens aéreas, mas sou péssimo e não gosto de comprar ingresso de show com antecedência. Quero Ivete, Maria Betânia e Caetano... mas sem chance de ficar pendurado online...

  • Falando nisso, e os selos do Gilberto Gil nos Correios?! Ação linda chamada Personalidades para espalharmos cartão postal e cartinhas como se fazia antigamente. Alguém ainda coleciona selos?

  • Tive que respirar muito fundo no avião para aliviar os incômodos. A vizinha de poltrona não parava de bater o pé, o cara de trás ouvia sei lá o que no volume mil. E ainda tinha uma criança chorando sem parar. Era Copa Airlines, economy class, sem televisão, nem vinho…

A poeta Ada Limón
https://www.adalimon.net/

Projeto seu nome do Espaço da Nasa
https://www.youtube.com/watch?v=yrmFiF3AHTE

VComunidade Daybreaker
https://www.daybreaker.com/

Ufaaaa, termino essa por aqui!

Espero que vocês curtam essa newsletter.

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